segunda-feira, 2 de junho de 2008

TOMATE: plantio orgânico

Anexo, por Gabriel Pessôa


TOMATE Solanaceas CULTIVARES, CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO Por ser uma espécie susceptível a um grande número de pragas e doenças, o cultivo orgânico do tomate pode exigir cuidados extras, em comparação com outras culturas mais resistentes. O primeiro cuidado refere-se à escolha de variedades e cultivares adaptadas às condições locais e ao sistema de plantio que será adotado – a ‘céu aberto’ ou em ‘estufa’. A escolha da cultivar a ser plantada é um dos pontos básicos no sistema de cultivo orgânico. Devem ser escolhidas as cultivares mais rústicas e com maior resistência a pragas e doenças. Além disso, é muito importante que se observe a preferência dos consumidores. Atualmente pode se utilizar tomates do tipo Santa Cruz , tipo saladinha e tipo cereja, que são os mais fáceis de comercializar. Atualmente, o mercado tem apresentado boa aceitação de tomates tipo ‘italiano’, que caracterizam-se pelos frutos alongados, de superfície irregular. No grupo Santa cruz, podem ser empregadas cultivares comerciais ou optar por materiais regionais, como as cultivares ‘Roquesso’, ‘Bocaina’ e ‘Coração de Boi’, de maior adaptabilidade ao sistema e maior resistência a doenças. No grupo saladinha, existem diversos materiais comerciais, do tipo longa vida, que podem ser uma boa alternativa pela elevada conservação na pós-colheita. Por serem híbridos, a desvantagem desses materiais é a impossibilidade de multiplicação de sementes, tornando obrigatória a compra e encarecendo o custo de produção. No tipo cereja, existem muitas variedades regionais, de formato arredondado ou alongado. Geralmente são materiais com boa tolerância a doenças foliares e, principalmente, boa resistência ao ataque de pragas e incidência de patógenos nos frutos. Também existem híbridos comerciais, com maior potencial produtivo, porém mais sensíveis a enfermidades. Vale ressaltar que, uma recomendação extremamente importante é verificar a aceitação do consumidor de tomates orgânicos, quanto ao sabor e aos padrões comerciais exigidos. O clima fresco e seco e a alta luminosidade favorecem a cultura do tomate. A faixa de temperatura ideal para o cultivo é de 20 a 25 graus, de dia, e 11 a 18 graus, à noite. A temperatura noturna deve ser sempre menor que a diurna, pelo menos 6 graus. Temperaturas acima de 35 graus, diurnas e noturnas, prejudicam a frutificação, com queda acentuada de flores e frutos novos. Temperaturas muito baixas, também, prejudicam a planta, reduzindo seu crescimento. O excesso de chuva é outro fator do clima que tem efeito negativo na cultura, pois favorece a proliferação de fungos e bactérias, que reduzem a parte aérea e, por consequência, diminuem a produção. Figura 70 a: Campo de produção orgânica de tomate cereja em final de ciclo, ainda com muitos frutos para serem colhidos, revelando a alta resistência dos frutos a pragas e doenças, e alta produtividade. Excelente alternativa comercial para o mercado orgânico. Fazenda Luiziânia – Entre Rios de Minas – MG. De modo geral, em regiões altas, com altitudes superiores a 800 metros, o plantio deve ser realizado de agosto a fevereiro. Já, em localidades baixas e quentes, sob altitudes inferiores a 400 metros, a época favorável ao cultivo do tomate é de fevereiro a julho. O uso de estufas possibilita o cultivo do tomate fora de época, viabilizando o plantio durante todo o ano em regiões altas. O plástico usado na cobertura permite modificar o ambiente, de forma a torná-lo mais favorável para as plantas, protege contra as chuvas excessivas e de grande número de organismos que causam problemas fitossanitários. Por causa dessas vantagens, as estufas têm sido cada vez mais usadas. Mas, o manejo orgânico da cultura dentro da estufa requer experiência do produtor no cultivo fora da estufa. FORMAÇÃO DAS MUDAS A qualidade das mudas afeta profundamente o desenvolvimento da cultura no campo. Por isso, a etapa de formação das mudas é muito importante no processo de produção. Para o tomate, a semeadura em recipientes é o melhor método, trazendo vantagens como a produção de mudas de boa qualidade, a redução do risco de contaminação por patógenos do solo, o menor gasto de sementes e a redução do ciclo da cultura. As mudas estarão no ponto para serem transplantadas, quando tiverem de 4 a 5 folhas definitivas, cerca de 30 dias após a semeadura, para o sistema de copos ou de 20 a 25 dias no sistema de bandejas. Nos dias anteriores ao plantio, é preciso reduzir a irrigação. E, na véspera do plantio, é preciso suspender a água, para tornar as mudas mais resistentes. PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO é recomendável realizar o plantio direto sobre palhadas de vegetação ou de adubos verdes previamente roçados e mantidos como cobertura morta do terreno. Neste sistema, tem se verificado em nível de propriedades orgânicas, que o manejo da água de irrigação será de vital importância para o sucesso do plantio. Excesso de água neste sistema pode proporcionar multiplicação excessiva de patógenos, que prejudicarão o bom desenvolvimento das plantas. PLANTIO E ESPAÇAMENTO O plantio pode ser feito em sulcos ou covas, com 20 centímetros de profundidade, para comportar adequadamente a matéria orgânica. O espaçamento recomendado é de 1,20 metro entre linhas e 40 centímetros entre plantas. A direção ideal das linhas é no sentido Norte-Sul e ainda no sentido do vento dominante. Esse espaçamento mais largo entre as linhas, associado ao direcionamento recomendado, permite diminuir a umidade dentro da lavoura, reduzindo significativamente a multiplicação excessiva de uma série de doenças. A adubação de plantio pode ser feita com composto orgânico, na base de 10 toneladas por hectare (peso seco), ou seja, cerca de meio quilo de composto por cova, o que eqüivale a 1,2 quilos por metro linear de sulco.

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